Muito
se tem especulado sobre a possibilidade do Juiz Sergio Moro ter aceitado o
convite para dirigir o Ministério da Justiça, que ganhará status de superministério.
Primeiro,
o convite feito ao Juiz Sergio Moro para assumir o Ministério da Justiça é
fruto de todo trabalho realizado, quase que solitariamente, pelo Juiz no
combate ao crime organizado e vai ao encontro do discurso do Presidente eleito
Jair Bolsonaro. Para quem não conhece, temos aí o resultado da
meritocracia.
Segundo,
o fato do Juiz ter aceitado o convite após um encontro com o Presidente eleito –
onde solicitou algumas “ferramentas de trabalho” não tem qualquer ilegalidade.
Vejamos.
A
Constituição Federal veda, terminantemente, aos juízes “exercer, ainda que em
disponibilidade, outro cargo ou função, salvo uma de magistério”. Caso o
magistrado queira exercer qualquer outro cargo ou função, deverá requerer sua exoneração
(pedir demissão) do cargo de juiz que ocupa. Nesse sentido e, pelo que se observa
da conduta e da fala do Juiz Sergio Moro, ele não agira em contrariedade à Lei.
Já disse que pedirá demissão para assumir o cargo de Ministro da Justiça.
Mas há
quem diga que ele deveria passar por um período de “quarentena” de pelo menos 2
anos ou até de 4 anos, para aceitar um Ministério. Em que pese esse raciocínio,
não há nada em nossa legislação que diga sobre uma “quarentena” para assumir um
ministério. Nesse quadrante, se não há nenhum dispositivo legal que o impeça,
está ele dentro dos rigores da Lei.
Pois
bem, verificado que não há qualquer tipo de impedimento legal, o referido Juiz
pediu férias antes de assumir o cargo de Ministro, a fim de que possa, nesse
período de transição, ajustar sua linha de comando na casa nova. Perfeito.
É de
conhecimento público e notório que o juiz Sergio Moro ao se reunir com o
Presidente eleito fez algumas solicitações para que possa desenvolver um bom
trabalho no seu Ministério e dar uma “ajustada
na casa”.
Pois
bem, aí é que a coisa complica para quem deve...
Explico!!
Ninguém
entendeu, nem enxergou muito bem onde isso pode chegar, mas não será difícil
visualizar se conseguir fazer a leitura correta do que foi pedido pelo juiz.
Vejamos.
O Juiz
Sergio Moro como Ministro da Justiça terá em suas mãos o controle da Polícia
Federal (que já faz parte da pasta), terá também em suas mãos parte do COAF – Conselho
de Controle das Atividades Financeiras, terá um braço no Ministério da Transparência
e na Controladoria Geral da União – CGU.
Esse
superministério terá controle, arrisco dizer, absoluto sobre todas as
transações financeiras, em tempo real, realizadas no país. Dá pra entender o
porquê do desespero da galera que gosta de uma verba pública?
Isso
dará ao Ministro todas as informações necessárias para combater o crime
organizado, lavagem de dinheiro e corrupção.
Mas
porque o título desse artigo é “SERGIO MORO E O TIRO DE MISERICÓRDIA”?, por que,
se não houver atrasos na junção destes órgãos, creio que lá para o mês de junho
de 2019, esse superministério já estará repatriando alguns bilhões de reais que
foram remetidos para paraísos fiscais. Já se sabe que a Polícia Federal já
iniciou o rastreamento dessa grana, já se sabe também que alguns bancos e
países onde estão localizados o dinheiro já estão encaminhando documentos (provas
materiais) de onde e quanto passaram por ali.
No
depoimento de Antonio Palocci, vulgo italiano, ele já entregou todo o esquema de desvio
de dinheiro, nome por nome, quantia por quantia. Vale dizer, ele entregou
praticamente todos que receberam quantias indevidas ou dinheiro não
contabilizado ou propina. O interessante é que parece que aqueles que receberam essa
grana pediram para seus amigos abrirem contas bancárias – offshore, em paraísos fiscais. Neste meio existem empresários,
artistas, pessoas do setor financeiro etc e que agora, pasmem, se negam a
devolver essa grana aos “reais” proprietários, sob a alegação de que
desconhecem o fato e que nunca foram laranjas deles. Chega a ser cômico.
Mas e o tiro de misericórdia?
O tiro
de misericórdia será dado pelo próprio Juiz Sergio Moro, no exato momento em
que determinar, após a montagem do superministério, a repatriação da grana, dando
amplo e irrestrito apoio aos Policiais Federais e aos Procuradores Federais designados
para o ato, e aí meus amigos, será tarde e como já disse Ney Mato Grosso... “Se correr
o bicho pega, Se ficar o bicho come”!!